segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A culpa é da mãe.

Andei sumida essa última semana do blog, eu sei. Mas precisava reorganizar minhas ideias e pensamentos e nesse momento falta inspiração para escrever. Final de ano é uma época que colocamos praticamente todas as nossas ações na balança e pesamos as coisas que fizemos certas e as erradas. Na vida de uma mãe quase sempre estamos nesse momento de questionamentos sobre o que é certo e o que é errado para nossos filhos. Depois que viramos mães, viramos também questionadoras em tempo integral sobre atitudes e maneiras de agir em todas as situações da vida materna, desde a melhor fralda, como educar para a vida, a escola perfeita, será que devemos dar doces e outras coisas que poderiam passar desapercebidas em nossos pensamentos não fosse o fato de nos culparmos por tudo o que acontece na vida de nosso filhote.




Certo é que nesse período do ano nos cobramos por todas as atitudes que tomamos como mãe e como podemos ser melhores mães no ano que se aproxima.Se você ainda não parou para refletir sobre isso, sorte sua. Porque a culpa e a cobrança por nossas decisões é a parte mais difícil da maternidade.

Estou passando por isso nesse exato momento. Finalizando um ano muito difícil, cheio de problemas e sem muitas soluções positivas e ainda por cima longe de um de meus filhotes. Será que minha decisão foi a mais certa, mesmo sabendo que era a única possível? Será que isso não será um problema mais pra frente que vou ter que rebolar para superar? Não sei, fato é que nesse momento estou na fase "mea culpa" e está difícil me perdoar por determinadas decisões que fui obrigada a tomar.

Como mãe espero sempre agir de forma a proteger minha cria. Luto todos os dias para ser a melhor mãe que posso ser, educar para a vida, ensinar a ter limites e responsabilidades desde sempre, garantir que tenham saúde e que sejam felizes. Quando um filho cai, machuca-se fisicamente ou emocionalmente, nós mães sempre nos culpamos pois não queremos vê-los sofrer, mesmo sabendo que será inevitável ao longo de suas vidas que sofram e se machuquem. Mesmo assim, os recolho embaixo de minha asa e não quero que nada, nem ninguém os atinja. Quando sou despida desse poder de proteger, pelo afastamento e por situações que fogem ao meu controle nesse momento, me sinto a pior mãe do universo.

Ver meu filho chorar e dizer que gostaria de estar comigo, mesmo sabendo que não cabe a mim nesse momento, dói fundo na alma. Estou dilacerada pelas decisões que tomei pois hoje sei que não foram as mais certas, mesmo sendo as únicas possíveis naquele momento. Me sinto sim extremamente culpada e como mãe sofro por não ter o poder de mudar isso, pelo menos momentaneamente.

Hoje acordei sim com um nó na garganta e sem saber como agir. Talvez seja a aproximação do ano novo mas o fato é que não sei como recomeçar e mudar o fim dessa história. Hoje a culpa materna está pesada e meu peito sangra por não ter super poderes para que meus filhos não sofram. Só desejo que esse ano novo venha menos pesado e mais colorido e que possamos entender que nós adultos temos que deixar nossos interesses de lado em prol do bem das crianças. Elas sim estão sofrendo e sem poder mostrar sua dor por medo de piorarem ainda mais a situação. Não é justo um peso desse tamanho nas mãos dos pequenos. Hoje acordei com a sensação de que não há heróis nem vilões nessa história, mas que os principais envolvidos são peças de um jogo de xadrez onde no final quem perde são eles próprios o direito de serem crianças, só isso.

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