domingo, 20 de maio de 2012

Deu positivo, e agora? (ou quando o amor incondicional não chega logo de cara)



“Ela sai do laboratório com o resultado do exame nas mãos. Tudo agora vai ser diferente, sua vida já não será mais a mesma. A partir de agora nunca mais estará sozinha, tudo será perfeito e emocionante. Um futuro maravilhoso a espera.”

Parece cena de filme? E é, pois só em filme isso acontece. Na vida real as coisas são bem diferentes, a maternidade não é assim tão linda e esplendorosa. Na vida real você terá que mudar todo o seu ritmo e sua vida para a chegada desse pequeno ser.

A grande expectativa da sociedade para com as grávidas é tão grande que a mulher acaba se cobrando algumas atitudes e sentimentos, mas nem sempre ele chega. E qual o problema disso? Nenhum, cada uma de nós deve viver esse momento da maneira que ele se apresentar. Não baseie sua vida em um comercial de dia das mães onde ser mãe é emocionante e perfeito, porque você vai ver que na prática nem sempre é assim.

Sabe qual foi a primeira coisa que eu senti quando recebi o resultado do exame que confirmou minha gravidez do Francisco? Eu chorei. Sim, chorei de soluçar. E não foi de alegria não, foi um choro desesperado onde eu me questionava como seria a partir daquele momento. Ter filhos estava nos meus planos, mas não para aquela hora. Eu estava no primeiro mês da faculdade, tinha planos, uma mãe doente e totalmente dependente de mim e um marido que passava a maior parte do tempo (para não dizer todo o tempo) viajando. A ficha demorou pra cair. Não contei para ninguém, precisava de um tempo para entender o que estava acontecendo e como isso foi acontecer logo naquele momento. Fui andar pelo centro da cidade, ver vitrines e tentar deixar que aquela situação fizesse algum sentido. Passando numa loja vi um sapatinho de lã e comprei. Foi impulsivo. Com o sapatinho em mãos fiquei pensando que a partir daquele dia tudo seria diferente e eu estava muito assustada por isso.

A primeira pessoa a saber da gravidez foi minha mãe, três dias depois que eu mesma soube. Claro que ela amou a idéia, fazia tempo que pedia um neto. Mas eu ainda não estava convencida. O meu marido estava viajando e ia demorar pra voltar então ele teria que descobrir pelo telefone mesmo. Contei pra ele e passado o susto inicial com a notícia, ele curtiu a emoção de ser pai novamente (ele tem outros 2 filhos).
A verdade é que ainda não tinha caído a ficha pra mim. Tá certo, um papel dizia que eu estava grávida, mas e daí? Eu não sentia nada diferente e tava tudo igual. Na minha cabeça eu deveria estar radiante, emocionada, vibrando um sentimento que eu não tinha. Tudo o que lemos e vemos na televisão nos faz crer que só o fato de estarmos grávidas vai mudar tudo. Mas pra mim nada mudou. Era um papel com um número afirmando que eu estava grávida. Ponto. Marquei médico e ele pediu uma série de exames e entre eles uma ultra pra tentar descobrir em que período eu estava.

Lá fui eu fazer a tal ultra e foi aí que um sentimento totalmente novo me invadiu. Quando a médica colocou aquele treco gelado na minha barriga e no monitor eu finalmente vi um feijãozinho se mexendo e ouvi um coração bater! Sim, ali dentro de mim havia um “feijão” que tinha já um coração forte batendo loucamente. Como pode? Ali naquele momento a emoção de gerar uma vida tomou conta de mim e eu finalmente senti o que ouvia tantas outras mulheres falarem. Não era mais um papel que dizia alguma coisa, era real, eu podia vê-lo e ouvia seu coração bater. Ele só tinha 9 semanas de vida e já tinha um coração batendo forte.

Mas nem sempre acontece assim para todas as grávidas. Algumas não são tocadas por esse amor incondicional durante a gravidez (algumas nem gostam de estar grávidas) e isso não é ruim, pois cada um reage de uma forma diferente. A sociedade nos cobra sentimentos e ações e banaliza o que devemos ou não sentir.

Lemos nas revistas para gestantes que sua vida durante a gravidez é linda, cheia de emoções, amor, etc, etc, etc... mas posso dizer? Balela. Mentira. Durante a gravidez nem tudo são flores não. Sabe o que é ter enjôo todo santo dia? Comer um mamão e ter azia o dia todo por causa dele? Fora a dor nas costas, não ter posição pra dormir, fazer xixi a cada 2 minutos, não caber mais em suas roupas preferidas, ter vontade de comer as coisas mais absurdas do mundo.  Cabelo caindo, pés inchados, nariz inchado, peito crescendo e doendo muito, ter uma crise de rinite e não poder usar remédio. Pois é, essas foram algumas situações que eu passei, garanto que você passou por outras. Mas isso não é dito para as gestantes e pensamos que no mínimo somos uns ETs que vivem situações únicas.

E aquela alegria incontrolável de gerar uma vida? E o amor incondicional onde fica? Não fica. Pode ser que ele nem dê o ar da graça durante a gravidez, e nem depois que o bebê nascer. E tudo bem, não se cobre se ele não aparecer logo de cara. O pior de tudo é que nos cobramos a ter sentimentos que devem brotar do fundo da alma. E mesmo que ser mãe seja seu maior sonho talvez durante a gravidez esse sonho esteja se transformando em pesadelo e você se apavora, pois foi tudo o que você sonhou a vida inteira e agora não quer mais.

Confesso que em alguns momentos durante a gravidez eu queria mais era sumir do mapa, sair do meu corpo e fingir que aquela barriga gigante não existia.

A gravidez é um momento único sim, mas nem sempre lindo. Acabamos fantasiando que tudo serão flores e quebramos a cara. Pode ser que você sinta o oposto e daí fique péssima por sentir isso. Não se cobre. Você não sente determinadas coisas que outras gestantes estão sentindo? Paciência. A pior coisa do mundo é sala de espera de consulta pré-natal com aquelas grávidas esfregando a felicidade plena na nossa cara. Mas posso dizer? Duvido que todas elas não tenham um dia sequer de desespero durante a gravidez. Afinal são 9 meses com milhões de hormônios diversos, com dores estranhas, enjôos e sem posição para dormir apesar do sono incontrolável.

Posso ser sincera? Gravidez é também difícil, complicada, estressante e intensa.
Se você sentiu o amor incondicional já com o resultado do exame... ótimo! Maravilhoso!
Mas se não sentiu, não se culpe. Viva a sua gravidez da maneira que ela se apresentar para você e saiba que ela é única sim, porque mesmo que você venha a ter outros filhos, todas as gestações serão diferentes e os sentimentos serão únicos.

Não crie na sua cabeça o mito de um sentimento brotando naturalmente porque ele pode não acontecer e você se frustrar.

Que tal dividir conosco o que você sentiu (ou está sentindo) durante sua gravidez? Fique à vontade para compartilhar conosco suas histórias e sentimentos. Se não quiser se identificar, mande-me um email para conversapramae@gmail.com.
Bjinhos,
Ale
;-)


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quinta-feira, 17 de maio de 2012

O que fazer quando seu filho tem um péssimo gosto musical?

Visualize a cena: você assistindo televisão com seu filhote, num momento família, quando de repente começa a novela e ele fala todo animado:
- "Mãe, a música que eu adoro!!!"
(Pausa na cena para a mãe tomar um fôlego)
Assustada ela fala para o filho: Que música? Essa da abertura da novela?
E ele:
- É, mãe. E todo empolgado canta: - "Oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi? (quantos "ois" podem caber numa frase?É para quebrar Kuduro, vamos dançar Kuduro" 
Termina a abertura da novela e a mãe incrédula:
a) se mata
b) foge correndo
c) chora
d) Oi?
e) todas as anteriores.

E nesse momento todo o sonho da mãe de ver o filho regendo uma orquestra no Carnegie Hall caiu por terra.
Brincadeiras à parte foi uma situação no mínimo inusitada porque descobri na prática que não basta uma educação musical decente onde a criança conheça desde Chico Buarque, Beatles, Norah Jones, Los Hermanos, Barão Vermelho, Palavra Cantada, Pato Fu, etc... pois ela vai pra escola e vai acabar tomando contato com os kuduros e telós da vida. 
#fato! 
Triste fato, mas é fato!

E a seleção de gosto duvidoso do meu filhote não para nessa pérola do Latino. Ele anda gostando do "ai se eu te pego", "ai, ai, ai, ai, ai... assim você mata o papai" até o tal do "meteoro da paixão" (já notaram que praticamente todas tem um "oi, oi. oi" ou um "ai ai ai" no meio?). É muuuuuita música de péssima qualidade para uma criança só, não acham? Deu vontade de ir até a escola e bater na cara tirar satisfações com os coleguinhas (ou com suas respectivas mães) porque isso só pode ter vindo de lá. Mas passado o susto inicial resolvi analisar friamente a situação para entender esse fenômeno e me dei conta que isso sempre aconteceu, em todas as épocas e gerações.

Lembra quando éramos adolescentes e curtíamos Menudo, New Kids on The Block, Polegar (peguei pesado, eu sei), e tantas outras porcarias como essas? Atire a primeira pedra quem nunca dançou na boquinha da garrafa ou com a loira do Tchan. Duvido!!! Confessa... você também já teve um péssimo gosto musical (embora finja que nunca, jamais, em tempo algum dançaria essas música), não é mesmo?

A cada nova era uma nova porcaria faz sucesso na mídia e as crianças e adolescentes são contaminadas por essa febre momentânea de música ruim. A nós, mães e pais, resta mostrar música de qualidade, incentivá-los a conhecer obras de grandes músicos e formar sua educação musical de base. Pois depois que a febre passar, eles saberão reconhecer que aquilo não era música e sim uma fase. Somos levados pela mídia a consumir essas porcarias mas o que fica é o que tem qualidade, não tem jeito. 
Os Beatles provam isso, fica só o que é bom. 

Como fazer para que eles tenham o mínimo de educação musical?

- Leve-os para assistir uma orquestra ou um músico que toque música de qualidade. Faça desse um programa em família divertido.
- Escute músicas de qualidade em casa. 
- Faça-os conhecer os clássicos, mesmo que não gostem eles vão saber reconhecer uma música bem executada. 
- Música para criança não precisa ser mal feita, dê preferência para os grupos que toquem música de qualidade para crianças como o Palavra Cantada, Pato Fu com o Música de brinquedo, Toquinho, etc. Criança sabe reconhecer o que é bom. Deixe os "patati patatá" da vida para ele aprender na escola.
- Dance com seu filho. Esse contato com a criança é também muito importante. São momentos como esses que ficam na memória. Lembro de quando eu era bem pequena e minha tia dançava comigo ao som de Chico Buarque. Nunca me esquecerei daquelas brincadeiras na sala do apartamento da minha tia ouvindo "A Banda" passar. 

O mais importante é deixar que a criança seja livre para curtir o que ela quiser (mesmo que seja um estilo musical que você não goste). Se você disser pra ela que é ruim daí mesmo que ela vai ouvir mais e mais. Somos todos contestadores e só fazemos o que queremos. Quantas vezes você mesmo não colocou um rock pesado no último volume só para contestar seus pais? É assim mesmo. Você educa, direciona e deixa livre para que a criança trilhe seu próprio caminho. Faz parte.

A prova de que criança adora música boa também!! Francisco amou o show do Pato Fu!

E você? Seu filho também tem um péssimo gosto musical? 
Que tal compartilhar sua experiência conosco? 
Comente!

bjinhos
Ale
;-)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mãe solteira, e agora?

Olá Pessoas...

Tudo certinho?
Faz tempo que não apareço né? Ando sem inspiração nenhuma.
Francisco está ótimo, lindo e crescendo. Magrelo como a mãe, inteligente e esperto. Anda um pouco teimoso e temos tido um certo problema por causa dessa teimosia dele.
Minha vida é por ele

Mas hoje o assunto é outro. E acho que outras mamães podem também concordar comigo.
Hoje quero falar da dificuldade de recomeçar a vida e de ser uma mãe solteira.
Como vocês bem sabem, desde junho do ano passado me separei do pai do Francisco e estamos vivendo só eu e o pequeno, numa cidade diferente. Talvez por conta disso a situação seja um pouco mais complicada, pois não posso contar com ajuda de ninguém para dividir a tarefa de educá-lo. Tudo que acontece eu tenho que resolver sozinha. Eu assumi esse risco quando decidi mudar de cidade mas às vezes isso cansa.

Hoje em dia muitas mulheres assumem esse risco e a criação dos filhos sozinhas, e duvido que elas (ou você que me lê nesse momento) não tenham vontade de gritar vez ou outra.

Não reclamo, continuo em frente como tem que ser.
Hoje tava pensando muito nisso, no fato de morar sozinha com meu filho numa outra cidade, de não ter com quem deixá-lo para fazer algumas coisas sozinhas também, e também no fato de que eu sou jovem e, sim, penso em recomeçar a vida, encontrar outra pessoa, sair um pouco, enfim viver.

Quando se tem um filho pequeno isso não é tão simples. E mais difícil ainda é o fato de que os possíveis "pretendentes" não entendem que pra terem alguma chance comigo tem que se conscientizar que vão ter que levar o pacote inteiro! É aí que a coisa muda de figura. O que acontece geralmente? Fogem.

A única certeza que eu tenho nessa vida é que meu filho é prioridade, sempre. E não há a menor possibilidade de me envolver com quem quer que seja que não entenda isso. Eu não tenho pressa, sinto-me bem sozinha (na maior parte do tempo).

Se eu sinto falta de companhia? Sim, eu sinto. Sou humana, mulher e tenho vontade de me divertir. É pecado? Claro que não. Além de mães somos mulheres e temos necessidades. Às vezes sinto falta de uma companhia pra jantar, dançar, ir ao cinema. Mas mesmo assim não mudo meu modo de pensar: o Francisco é prioridade na minha vida e sempre vou pensar nele antes de tudo. Eu tomo muito cuidado pois não quero que ele se apegue a alguém e essa pessoa simplesmente suma da vida dele. Talvez por conta disso eu tenha tanta cautela e preserve algumas coisas, a minha casa é uma delas. Se tiver que ser, vai ser, mas no tempo certo. E quando for, a pessoa saberá que está levando dois pelo preço de um!

É a vida, a minha vida.

Resolvi falar sobre o assunto porque tenho visto diversas mulheres na mesma situação que eu. E sinto que muitas delas sentem-se culpadas, cansadas, desestimuladas por estarem assim e acabam se ligando a qualquer um com medo da solidão. Antigamente era raro vermos mulheres jovens e separadas, criando seus filhos sozinhas. Hoje isso é mais do que comum e acredito que muitas mulheres estão na mesma situação que eu e sentem-se até um pouco culpadas por isso (a velha mania da mulher de se culpar pelos problemas do mundo). É um assunto atual e acredito que bastante polêmico já que na maioria das vezes é com a mulher que os filhos ficam (se bem que tenho ótimos exemplos de pais que também resolveram assumir a educação dos filhotes, seja por guarda compartilhada, seja por criá-los sozinhos e também pensam como eu, priorizando o bem-estar dos filhos ao seu próprio).

E você o que pensa sobre isso? Está vivendo algo parecido? Tem uma visão diferente sobre o assunto? Que tal compartilhar sua experiência nos comentários?

Bjinhos
Ale
;-)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ser mãe é...

É ser um pouco de tudo e de tudo um pouco.
É viver com o coração na mão, preparada pra qualquer parada.
É ser ao mesmo tempo: médica, enfermeira, cozinheira, costureira, lavadeira, contadora de histórias, palhaça, amiga, professora, motorista, entre tantas outras funções.
É ir do riso às lágrimas em dois segundos.
É se emocionar quando o pequeno aprende uma letrinha nova e conta todo contente.
É guardar a primeira roupa e o primeiro sapatinho como um troféu.
É guardar todos os desenhos que o pequeno traz da escola pra exibir para as amigas certa de que ele será o novo Salvador Dali.
É nunca mais ter uma noite inteira de sono.
É comer comida fria e os restos do prato do filhote.
É ficar feliz com um beijo babado.
É inventar histórias e músicas para o cocô e o xixi.
É se emocionar com a música da festa da escola.
É ficar observando o filhote dormir, cheirar seu pescoço e dar um beijo de leve para que ele  não acorde.
É desistir de sair de casa só porque o filhote quis ficar assistindo televisão.
É conhecer todos os desenhos animados e saber de cor as falas de seus personagens.
É dançar feliz da vida no meio da sala ao som do Palavra Cantada fazendo a escova de cabelo de microfone.
É inventar um prato novo pra ver se o pequeno finalmente prova um pedaço de verdura.
É nunca mais se sentir só.

Ser mãe é criar textos tentando explicar e descrever esse sentimento que ultrapassa qualquer palavra porque vem da alma, do fundo do coração.

Ontem ouvi a Julia Petit dizendo uma frase que eu acho perfeita para o momento, ela disse:
"Mãe não é moderna. A pessoa pode ser moderna, mas a mãe não pode ser. Mãe tem que ser mãe. Mãe é uma entidade, não pode brincar de ser moderninha com criança. Criança precisa de proteção e limites."

E não é que ela tem razão?

Às minhas amigas/mães virtuais ofereço uma homenagem: Feliz Dia das Mães!!

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