quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Devemos ou não incentivar o consumismo nas crianças?

Olá pessoas,

Anteontem finalmente foi o primeiro dia de aula do Francisco e correu tudo às mil maravilhas - Thanks God!!!
Ele quis chegar na sala andando, sozinho, como mocinho (foi o que ele me disse no corredor da escola) e entrou feliz da vida na sala - mal me deu tchau - Melhor assim.

O tema do post de hoje surgiu de uma conversa com uma mãe de um amiguinho do Chico do ano passado, quando fui buscar o pequeno no fim do dia.

Como era primeiro dia, recebemos a mochila e a agenda que faz parte do kit de material escolar dado pela escola (quer dizer, o kit que pagamos junto com a matrícula). E ele veio todo contente com a mochila nova de criança grande. Foi aí que eu e a Rê entramos no papo sobre o consumismo e coisas do gênero. Ela me falou que a mochila que o filhote dela queria custava mais de duzentos reais!!! Acho isso irreal (ou surreal)!

Eu tenho uma opinião formada sobre o assunto, principalmente em ambiente escolar. Não acho nada saudável incentivar as crianças a serem tão consumistas e só aceitarem os produtos desse ou daquele personagem. Raramente compro roupas ou objetos de personagens de tv. Claro que eles gostam e se encantam por esse ou aquele boneco dos desenhos e tal. Mas acho que temos que tentar direcionar para que a criança não vire um marketing ambulante.


A televisão já bombardeia tanto nossos pequenos com tantas novidades e produtos mil que cabe a nós, pais e mães sensatos, tentar mantê-los fora desse mercado consumista.

E eu acredito que escola não é lugar disso. A postura da escola do Chico é bem bacana quanto a isso, tanto que eles tem o kit material com mochila, agenda, etc. Acho bacana que todos tenham a mochila igual, pois mostra que isso não é o mais importante. Fiquei preocupada no primeiro dia, quando fomos conhecer a professora e vi que algumas crianças exibiam suas mochilas decoradas com desenhos, rodinhas e mil e uma funcionalidades. Na verdade isso pode gerar um desconforto para a criança que não tem e para pais e mães que não podem (ou não querem) pagar caríssimo por uma mochila do personagem tal. Não acho correto incentivar tão cedo as crianças a esse consumismo.

O Chico foi comigo comprar o material escolar e claro que ele me mostrou diversos produtos com desenhos de personagens, que eram sempre os mais caros. E eu mostrava pra ele que não íamos levar aquele e sim o mais barato. Por que cargas dágua vou comprar uma cola de R$3,00 se posso pagar R$1,40 pela mesma quantidade de cola, só por que a anterior tem um desenho de um carro na embalagem? Respeito quem faz isso mas eu sinceramente não vou cair nessa. E expliquei direitinho pro Chico e ele entendeu numa boa. Nem por isso deixou de ficar super animado com seu material escolar novo, tanto que me ajudou a arrumar tudo quando chegamos em casa.

É nossa obrigação mostrar a eles o que é certo e o que não é. Isso parece óbvio mas vejo que não é para muitos pais que incentivam isso cedendo aos caprichos de seus pequenos e não mostrando pra eles que isso não é importante.

Claro que o Chico gosta de coisas que ele vê na televisão (e tem até alguns bonecos dos famosos backyardigans) mas não incentivo que isso seja fundamental para ele, cedendo aos desejos dele. Como mãe é minha obrigação explicar o certo, mesmo que ele chore e sinta um pouco. Depois passa e ele entende que as coisas são assim e nem sempre a gente pode ter o que quer. A criança cresce com consciência da realidade e vai levar esse aprendizado para o resto da vida.

Escola é lugar de aprender valores mas essas coisas devem vir primeiramente de casa! Nós somos responsáveis por esse ensinamento. Acho bacana que na escola todos sejam tratados de forma igual e ter a mesma mochila mostra que eles são iguais sim e tem as mesmas possibilidades. Isso é muito bacana e saudável para as crianças. Afinal eles mal completaram 3 anos de vida!

Achei uma matéria interessante nesse blog sobre esse assunto:
"A televisão é um meio em que a publicidade mais atinge as crianças, e a dificuldade dos pais driblarem a sedução dos anúncios voltados para o público infantil gera polêmica. Em todo o mundo há instituições voltadas para combater abusos até quem defenda a proibição desses comerciais, é o caso da ONG Instituto Alana. Segundo a Presidenta, Ana Lucia Villela, "as crianças ainda não conseguem criar um juízo de valores sobre o que veem na televisão. Até os seis anos de idade elas não sabem o que é comercial ou programa.". Segundo a psicanalista Ana Olmos (2009), "as crianças, sem perceberem, consomem para dizer ao outro sobre elas próprias, para dizer para elas próprias quem são".
Difícil é negar um pedido de uma criança, principalmente se esta é nosso filho. Tiramos dinheiro do bolso pra comprar aqueles montes de presentes, pouco úteis e que em poucos meses vão ser largados nos cantos da casa para serem substituídos por outros.


Todos esses questionamentos me fazem pensar que somos nós mesmos que estamos criando esse consumismo desenfreado pois incentivamos desde cedo que as crianças cresçam consumindo. Então cabe a nós mudarmos esses paradigmas e incentivar o consumismo consciente.

E vocês o que pensam disso tudo? Concordam ou discordam comigo?

bjinhos
Ale
:o)

PS: Quase esqueço de comentar: a professora nova foi só elogios ao Francisco (e a baba escorreu aqui hehe), ela disse que ele é o único da turma que sabe o ABC e que se comportou sem choros e resmungos. Ficou encantada com a educação dele. Ai ai, e eu estou que é só orgulho!!!

6 comentários:

Calu [Mulher&Mãe] disse...

Oi Alê.
Muito interessante, sensata e inteligente sua abordagem.
Nunca tinha pensado por esse ângulo, mas quase sem querer fazemos algumas coisas iguais.
A escola dos meus filhos não tem mochila, só agenda. Então fomos comprar mochilas em janeiro. Minha filha queria uma da Barbie e meu filho do Hot Wheels - R$200 cada uma!!!!!
E eu já aprendi que dura NO MÁXIMO 1 ano letivo essa mochila, isso quando não temos que trocar antes...
Tinha outra do Hotwheels que custava metade do preço, e segundo a vendedora é porque era coleção do ano passado! Oi?! Mochila infantil agora tem coleção do ano, do ano passado??? Como assim?
Pra minha filha comprei uma da Penelope por R$ 80 e para ela essa mais barata. Comprei com personagens, mas expliquei que não iria pagar R$200 numa mochila, dei opções num valor que eu achava razoável e eles escolheram entre as opções que eu dei.
Mas o material a escola fornece, todos FaberCastel, sem perdonagens também.
Parabéns pela reflexão. Me fez repensar algumas coisas.
Bjos
Calu

Alessandra Pilar disse...

Oi Calu, quando os filhos crescem um pouco mais fica difícil não ceder a esses caprichos, mas acho importante pensarmos sobre o assunto.
Acredito que temos que mostrar para eles que isso não é importante. Enquanto a escola der a mochila eu não vou comprar não. Pois acho bacana me posicionar a esse respeito. Lá pra frente eu sei que vai ficar mais difícil de argumentar, mas por hora acho bacana seguir pela minha cabeça sobre esse assunto. Obrigada por participar da discussão!
Venha sempre.
Bjinhos
Ale

Tiffany @blogdati disse...

Ale, gosto muito de ler e acompanhar o material e argumentos do instituto alana, pois nos dão ferramentas e números para trabalharmos melhor reflexões como esta que vc sugeriu. Aliás, respeito seu ponto de vista e acho fundamental que nós mães, formadoras de opinião e geradoras de conteúdo através dos blogs, mas fundalmentalmente por sermos agentes sociais na educação e criação de nossos filhos mantenhamos nosso olhar crítico, nossos valores

Tiffany @blogdati disse...

Ale, gosto muito de ler e acompanhar o material e argumentos do instituto alana, pois nos dão ferramentas e números para trabalharmos melhor reflexões como esta que vc sugeriu. Aliás, respeito seu ponto de vista e acho fundamental que nós mães, formadoras de opinião e geradoras de conteúdo através dos blogs, mas fundalmentalmente por sermos agentes sociais na educação e criação de nossos filhos mantenhamos nosso olhar crítico, nossos valores

Mãe disse...

O mercado se encarrega de incentivar o consumismo. À familia cabe conscientizar - de acordo com a idade, é claro - incentivar o espírito crítico e a resistência à frustração dos pequenos.
O aprendizado de ser (em oposição a ter)começa cada vez mais cedo. Muitas vezes isso está muito misturado na cabeça dos próprios pais.

Erica Bosi disse...

Concordo plenamente com você.
Precisamos educar nossos filhos para o que é certo, para o bem deles.

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